Ao acender a primeira lâmpada elétrica em 1879, Thomas Alva Edison não imaginava que também estava fazendo nascer à técnica que proporcionaria a construção da primeira válvula de rádio. Sabemos que aquela primeira lâmpada consistia em um filamento de carvão colocado dentro de uma ampola de vidro, na qual era produzido o vácuo. Apesar do sucesso inicial, algo começou a preocupar o inventor. Depois de algumas horas ligada, a lâmpada apresentava um certo enegrecimento em sua ampola de vidro, reduzindo, portanto a luminosidade. Estudando o fenômeno, concluiu Edison que partículas de carvão se desprendiam do filamento em direção à ampola, causando seu enegrecimento. Em uma das tentativas de resolver o problema, colocou dentro da lâmpada e em paralelo com o filamento, um segundo elemento que consistia em um simples fio metálico. A intenção era que este novo elemento retivesse as partículas de carvão, evitando assim que atingissem a ampola. Conectando este fio a uma tensão positiva, notava-se uma deflexão no galvanômetro conectado em série, indicando uma passagem de corrente entre este novo elemento e o filamento da lâmpada. Confirmou-se então a suposição de que o novo elemento solucionaria a questão do enegrecimento. Concluiu então Edison que a corrente que circulava entre o filamento e o fio metálico (que hoje chamaríamos de placa) não circulava através do vácuo, mas sim através das partículas de carvão emitidas pelo filamento. Observou também que ao aplicar uma tensão negativa ao novo elemento, o galvanômetro nada indicava, concluindo, pois que a corrente circulava em um único sentido. Embora não o tenha conseguido explicar convenientemente, batizou a nova descoberta como "EFEITO EDISON", fato este levado a público em 1883. Em verdade sem o saber, Edison havia construído a primeira válvula termiônica. Outros pesquisadores haveriam de prosseguir os estudos sobre a descoberta de T. A. Edison, assim é que em 1895, W. R. Preece, na Inglaterra estudou mais profundamente o fenômeno, chegando a conclusões bem mais concretas. Concluiu Preece que partículas carregadas de eletricidade negativa, eram emitidas pelo filamento e atraídas pelo segundo elemento carregado com eletricidade positiva e repelidas pelo mesmo, quando carregado negativamente (emissão de elétrons). Apesar do estudo mais aprofundado, não ocorreram a Preece quaisquer usos práticos, resultantes das conclusões a que chegou. O assunto caiu no esquecimento e somente nove anos mais tarde, em 1904, outro pesquisador inglês, "John Ambrose Flemming" daria prosseguimento e obteria o primeiro resultado prático. Ao contrário de Edison e Preece, que utilizaram como segundo elemento, apenas um fio metálico, ao professor Flemming ocorreu à idéia de envolver todo o filamento da lâmpada com uma placa metálica. Como resultado obteve correntes muito maiores circulando entre o filamento e a placa observando que também variavam de intensidade de acordo com o diâmetro da placa e a distancia desta em relação ao filamento. A primeira válvula "diodo" de uso prático estava criada, pois Flemming teve a feliz iniciativa de usá-la como detector de ondas radioelétricas. Os detectores existentes na época como o "cohesor" de Branly , o detector magnético de Marconi, o detector eletrolítico de Ferrié e até mesmo os detectores de cristal de galena e outros, tinham pouca sensibilidade e proporcionavam resultados bastante precários. A válvula diodo de Flemming como detetora era de um desempenho sensivelmente superior, tornando possível à recepção a maior distancia para as emissões radiotelegráficas à "chispa" da época, para a mesma energia irradiada.
Alguns anos mais tarde, em 1907 seria anunciada ao mundo a mais importante conquista para as radiocomunicações de que se tem notícia até o advento do transistor: a válvula "triodo". A honra coube a um brilhante pesquisador norte americano chamado "Lee De Forest". Estudava De Forest a experiência de Flemming, reproduzindo-a ao ar atmosférico, pois não possuía meios para levá-la a efeito no "vácuo" como fizeram Edison, Preece e Flemming. Para tanto utilizava uma haste metálica (cátodo) que era aquecida a gás, com um bico de Bunsen. Como a chama não podia ser interceptada, circundou-a com uma tela metálica conectando-a a uma fonte de tensão positiva. Ao efetuar as medições, os resultados obtidos embora menos evidentes, foram suficientes para comprovar os estudos de Flemming. Segundo relatos da época, De Forest acrescentava alguns sais ao cátodo, avaliando os resultados quando lhe ocorreu colocar uma segunda tela metálica (grade) entre a placa e o cátodo, para conter a chama que poderia estar influindo nos testes. Observou De Forest que conectando esta segunda tela (grade) a um potencial negativo, a corrente medida entre a haste (cátodo) e a tela externa (placa), era interrompida, porem quando ligada a um potencial positivo a corrente voltava a circular. De Forest repetiu a experiência, desta vez no vácuo e pode então constatar que uma pequeníssima variação na tensão aplicada à tela intermediária (grade) se traduzia em uma grande variação da corrente de placa, concluindo e comprovando que a válvula não só detectava, como também amplificava os sinais aplicados à grade. Assim nascia a primeira válvula de três elementos (triodo), batizada por De Forest com o nome de "AUDION" Outros pesquisadores dariam prosseguimento aos estudos de De Forest no aperfeiçoamento das válvulas, acrescentando outros elementos e melhorando a eficiência. Milhares de válvulas de diversos tipos e para variados fins foram fabricadas, tendo a produção começando a declinar nas ultimas décadas, sendo gradativamente substituídas pelos semicondutores. Atualmente o uso das válvulas está restrito a alguns serviços de radiodifusão, uso industrial, hospitalar e radioamadorístico.
Não obstante,elas tambem se tornaram muito valiosas não só para colecionadores como para quem faz manutenção em equipamentos antigos,algumas são verdadeiras raridades.
segunda-feira, 21 de março de 2011
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